sábado, 16 de maio de 2009

Três histórias de amor em um romance


Rhayssa Késsia Alves da Costa



Indicado ao Grande Prêmio de Cinema do Brasil nas categorias de melhor ator, melhor atriz coadjuvante, figurino e maquiagem. Romance, o novo filme do diretor Guel Arraes (O auto da compadecida, Caramuru -A invenção do Brasil e Lisbela e o prisioneiro), nos traz uma surpreendente história que envolve uma mistura de tons de comédia, romance, drama e metalinguagem em ambientes, aparentemente, bem distintos como a literatura, o teatro, a televisão e o cinema.

A história que circunda todo o filme é a de “Tristão e Isolda”, uma reconstituição de um poema francês escrito no século XII na Idade Média, famoso por mostrar um amor que acaba de forma trágica, que o diretor e ator Pedro (Wagner Moura) decide apresenta-la, originalmente, no teatro. Porém ao transportá-la para a TV quando Ana (Letícia Sabatella) - atriz por quem se apaixona em uma entrevista para seleção de atores para sua peça e vive uma paixão que dura até ela ir para o Rio de Janeiro trabalhar na televisão - o convida para trabalhar com ela em uma nova minissérie, ele elabora uma adaptação da história de “Tristão e Isolda” para o sertão nordestino cem anos atrás, pelo fato de lá os casamentos, assim como na idade média, não serem realizados por amor. Entretanto, o diretor geral de TV Danilo (Zé Wilker) acaba não permitindo que Pedro seja fiel com o desfecho da história pelo fato de o público da televisão preferir desfechos mais “felizes”. Mesmo assim Pedro filma a última cena da minissérie de forma que o final “feliz” seja cortado e o final tradicional se mantenha.

As histórias acabam se entrelaçando, chegando até a confundirem-se entre si, assim como os atores com seus respectivos personagens, pois Ana também acaba se apaixonando por Orlando (Vladimir Brichta) que contracena com ela na minissérie. Porém esse entrelace e as diferenças de ambiente onde a literatura é apresentada não fazem com que a beleza e a qualidade da linguagem literária sejam perdidas, nem tão pouco que se afastem do público, pois ela mantém-se harmoniosa e compreensível em qualquer ambiente em que aparece.

Portanto, Guel Arraes mostrou nesse filme que literatura, teatro, televisão e cinema podem dar certos juntos sim, pois três histórias de amor (o clássico “Tristão e Isolda”, a adaptação da história clássica para uma versão sertaneja nordestina e a história de Pedro e Ana) acabam resultando em um lindo “Romance”.



Um comentário:

ilcee disse...

Ah! fikei loca pra ver o filme...quem tiver e quizer mim emprestar eu agradeço!!!bejimmm