segunda-feira, 18 de maio de 2009

A vida imitando a arte



Ahyanna Thammyres Monteiro da Nóbrega



O filme “Romance”, dirigido pelo pernambucano Guel Arraes, é um trabalho mais voltado ao drama do que a comicidade, ao contrário de alguns dos seus trabalhos anteriores como “O auto da Compadecida” e “Os Normais”, por exemplo.
O longa traz a história de dois atores que se apaixonam cada vez mais um pelo outro durante os ensaios da peça “Tristão e Isolda”. Pedro (Wagner Moura) é um diretor e ator de teatro que encontra em Ana (Letícia Sabatella) a atriz ideal para a sua versão de Isolda. No entanto, esse relacionamento começa a declinar a partir do momento em que Ana é convidada para atuar em uma novela, o que a deixa longe de Pedro e do teatro na maior parte de seu tempo. O filme também conta com a presença de outros atores renomados como José Wilker, Andrea Beltrão, Vladimir Brichta e Marco Nanini.
No início da trama, o ambiente se limita ao palco do teatro, fechado e escuro. Depois vai modificando para um ambiente mais claro e aberto (sertão nordestino). Além da mistura de ambientes, temos também diversos tipos de linguagens, como a do teatro, do cinema e da televisão. Esta última é tratada de forma irônica, uma vez que mostra características muitas vezes criticadas como, por exemplo, a adequação dos finais de novela ao gosto do público afim de obter uma maior audiência. Outra característica, em relação à linguagem, é a mudança da fala das personagens nas diversas situações da trama, como na peça, na qual eles usam uma linguagem mais rebuscada e a adequação da obra clássica “Tristão e Isolda” ao contexto nordestino.
“Romance”, filme que teve seu roteiro desenvolvido por Arraes e Jorge Furtado, traz consigo diversos aspectos do nosso cotidiano e representa através da arte, elementos como amor, paixão, traição, ciúme e insegurança, deixando o telespectador envolvido com as personagens e com o enredo de fácil compreensão. Recomendo.


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