quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Leitura e o Prazer


Mayara Tavares de Freitas


Até onde um amor de verão pode influenciar toda uma história de vida de uma pessoa? Não perdendo a oportunidade de surpreender e comover o público da telona ( cinema) e da telinha ( televisão) com o emocionante drama de “O Leitor” ( The Reader-2009), o Inglês Stephen Daldry, mesmo diretor dos filmes As Horas ( 2002) e Billy Elliot( 2000) mais uma vez demonstrou o senso aguçado por histórias dramáticas que envolvem descobertas, desejos e sofrimentos. No filme As horas, a presença do elemento escrita e leitura e vivência também fora presente envolvendo três personagens com vidas inter-relacionadas. Já no filme Billy Elliot vê-se também a presença de um jovem com aspirações para a arte e uma série de descobertas e sofrimentos para a realização do desejo. Com relação ao filme “O Leitor”, suas perspectivas não foram diferentes, uma enigmática e bela história que contém uma incontestável dose de humanidade aliada com a técnica cinematográfica, duas vidas são marcadas por um encontro que elucidou uma história de amor entre um jovem de classe média (Ralph Finnes). e uma solitária e misteriosa mulher (Kate Winslet) que mora em um subúrbio alemão. É bem verdade que a nossa sociedade valoriza a escrita e acaba muitas vezes por excluir aqueles desprovidos de tal habilidade, pois vivemos na sociedade da informação, no filme, aparentemente percebemos a supervalorização da cultura escrita Ocidental influencia de maneira fundamental a vida dos personagens.O jovem Michael Berg (Ralph Finnes) é fortemente influenciado pelo prazer pela leitura e pelo conhecimento, já a personagem Hanna Schimitz (Kate Winslet), é uma mulher analfabeta que vive uma vida de rotina e trabalho para sustentar um medíocre apartamento suburbano, sem falar que a mesma apresenta um comportamento de inferioridade diante da vida, não se podendo deixar de esquecer que a mesma apresenta claras atitudes maternais para com o jovem rapaz. O enredo envolve desejos, egoímos e descobertas, pois Michael Berg inicia o relacionamento com Hanna Schimitz e descobre o prazer do sexo, Hanna por vez usufrui do aparente prazer pela leitura, pedindo ao jovem rapaz para ler livros para a mesma. No que tange ao filme a relação entre prazeres se inter-relacionam, pois ambos possuem prazeres correspondidos no relacionamento até que um dia Hanna desaparece e após anos, Michael agora um estudante de direito encontra-a em um julgamento por crimes de guerra em Auschwitz e a vê condenado com pena de prisão perpétua. Dali em diante, o jovem vira um homem, mas não esquece o que viveu no passado e encontra-se preso ao mesmo. O filme não apresenta um final surpreendente, pois Michael (Ralph Finnes) continua como um expectador da vida, sendo um mero leitor das histórias alheias.

Um comentário:

JEFFERSON disse...

Fiquei com vontade de assistir.Parabéns ,Mayara!