segunda-feira, 23 de maio de 2011

Educação, o paradoxo brasileiro


Gabriela Patrícia e
Silvanna Kelly

O tipo de aprendizagem refletido nos resultados dos exames propostos (PISA (Programa Internacional dos Estudantes); ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e SAEB (Sistema de Avaliação da Educação)), segundo Jurado (2003) e Rojo (2006), explicita uma deficiência nas capacidades de leitura e compreensão de textos pelos alunos. Tendo em vista essa realidade insatisfatória, a criação de novos programas governamentais se faz fundamental e necessária para a melhora do ensino no país.

Ao se tratar da rede pública, seria indispensável a distribuição de materiais e incentivo atrelado à qualidade dos professores, figuras importantes na monitoração da aula e dos conteúdos. Além disso, seria interessante desenvolver novos métodos de instigação à leitura crítica tanto do que o aluno vê na escola, quanto no mundo em que vive. Segundo Rojo (2004), essa nova prática resultaria na substituição da “aprovação mecânica” pela aprendizagem reflexiva, promovendo a diminuição de dados estatísticos relacionados ao desinteresse, problema que os jovens brasileiros tem sido foco.

Seguindo a idéia defendida por Rojo, tal situação também pode enquadrar na rede particular de ensino, pois o método “arcaico” de transmissão de conteúdos continua a vigorar mesmo nas escolas renomadas. Portanto, a criação de novos programas de incentivo a uma forma de aprendizagem crítica e reflexiva como, por exemplo, o ENEM que exige que o aluno domine linguagens, compreenda fenômenos de diversas áreas, enfrente situações-problema, construa argumentação e elabore propostas, serve tanto para a rede pública quanto para a particular quando se objetiva a mudança e evolução do ensino brasileiro.

O foco deve voltar-se para um aluno transformador e não para um aluno de posição passiva. É preciso reverter o quadro no qual o Brasil se encaixa hoje, formando estudantes aptos a identificar o foco de um texto, a analisar um gênero; a produzir de acordo com a série cursada; a discutir idéias e com isso, poder sair do Ensino Médio preparados para ingressar numa Universidade, expandindo capacidades de conhecimento e tornando-se profissionais de boa qualificação (Marcuschi, 2002).

Do contrário, as escolas irão mandar para o Ensino Superior, alunos menos capacitados, frutos de programas governamentais que visam quantidade e não qualidade. É importante frisar alguns deles como a Merenda Escolar e o Bolsa Família, cotados por Jurado (2002), os quais promoveram a diminuição da evasão escolar, mas não garantiram o rendimento dos alunos, sendo a reprovação constante uma prova disso.O resultado aparente desse problema é a permanência de longa duração (mais do que o tempo estimado) dos alunos e a baixa eficiência dos mesmos.

Contradições assim ficam para serem pensadas, ou melhor, solucionadas com a inserção de uma nova educação, um novo método de ensino, uma nova demanda de educadores. Só reformando a base social, tem-se um novo Brasil.

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