Rhávila Rachel
No livro Da fala para a escrita: atividades de retextualização, Luiz Antônio Marcuschi, pesquisador e professor da Universidade Federal de Pernambuco, apresenta de maneira didática e acessível como ocorrem os processos de retextualização e tem como ponto de partida a idéia de que a língua é uma ati
vidade sócio-interativa, histórica e cognitiva.

O livro, com 133 páginas, está dividido em duas partes: “Oralidade e Letramento” , que é subdividido em oito tópicos: Oralidade e letramento como práticas sociais; Presença da oralidade e da escrita na sociedade; Oralidade versus letramento ou fala versus escrita?; A perspectiva das dicotomias; A tendência fenomenológica de caráter culturalista; A perspectiva variacionista; A perspectiva sociointeracionista; e Aspectos relevantes para a observação de relação fala e escrita e, “Da fala para escrita: Processos de Retextualização”, que também é subdividido, mas desta vez, em traze tópicos: De que se trata?; Transcrição e transcodificação; Algumas variáveis intervenientes; Regras de editoração; Alguns estudos do processo de transformação já realizados; Uma experiência piloto; Aspectos envolvidos na retextualização; Fluxo dos processos de retextualização; Modelo das operações de retextualização; Aspectos gerais de reestilização e relexicalização; Análise de algumas retextualizações; Perspectivas de trabalho; e Algumas palavras finais.
Na primeira parte, encontramos pontos esclarecedores, em que o autor se posiciona sobre como devemos tratar as relações entre oralidade e letramento versus fala e escrita, pois os dois primeiros termos referem-se a práticas sociais e os dois últimos a modalidades de uso da língua. Marcuschi explica que tanto a oralidade quanto a escrita são “sistemáticas, regradas, valiosas e capazes de expressar tudo o que podemos pensar” (Marcuschi, 2007). Ele encerra essa parte, destacando perspectivas teóricas, tais como: dicotômica, culturalista, variacionista e sociointeracionista, mostrando-se a favor desta ultima de maneira enfática e persistente.
Na segunda parte, Marcuschi apresenta as atividades de retextualização envolvendo a passagem do texto oral para o texto escrito. Na obra, o autor destaca alguns conceitos, como transcrição e transcodificação, mostrando a diferença de transcrever e retextualizar, bem como, destaca as regras de editoração. Marcuschi exibe também os aspectos lingüísticos-textuais-discursivos e cognitivos nos processos de retextualização, mostrando que este tema pode servir como sugestão de pesquisa para profissionais que trabalham com a língua, na área da oralidade e escrita.
Por fim, o autor exemplifica os fatos expostos por meio da análise de alguns textos retextualizados, ou seja, as teorias expostas são exemplificadas, proporcionando uma leitura clara, objetiva e simples.
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