Livro didático e o gênero oral: uma boa proposta.

Raiana Gomes da Costa

Uma das dificuldades de se trabalhar com o gênero oral em sala de aula é a antiga concepção que a escola é lugar de aprender à escrita. Embora exista esse embate é constatado que nos últimos anos tem aumentado o ensino da oralidade na instância escolar, é o que afirmam Cavalcanti e Melo (2006)

O que possibilitou uma melhor abertura para o ensino dos gêneros orais foram os PCNs, uma vez que esses parecem se preocupar com a relação ensino/aprendizagem desse gênero. Mesmo ocorrendo um leve aumento no ensino do gênero oral, há problemas que merecem ser resolvidos, como por exemplo, a didatização e o processo avaliativo desse suporte nos livros didáticos.

Os livros didáticos começaram a inserir o gênero oral em seus conteúdos, contudo, de forma muito peculiar em seções como “Dê sua opinião” ou “Converse com os seus colegas”. Mas para toda regra salve exceções, como por exemplo a proposta de produção do gênero “Seminário” dos autores “Cereja e Magalhães” no livro “Português: linguagens” (2002).

A proposta de produção é sistemática, uma vez que expõe o porquê de se fazer um seminário (apresentando o que é esse gênero, o seu objetivo, etc.), apresenta procedimentos necessários para a produção do gênero, sugere temas como também a elaboração de um roteiro. Ou seja, fornece subsídios aos alunos.

O professor, por sua vez, tem condições de explorar o ensino desse gênero, contudo, não deve se prender ao material didático. Ele deve contextualizar a prática do seminário à realidade dos educandos, criar questões problematizadoras as quais superem as notáveis dificuldades deles.

Levando em consideração que a maioria dos manuais didáticos não se apropriam, de fato, do gênero oral, restrigindo-se apenas a “conversas”, podemos considerar que a proposta do livro “Português: linguaguens” está adequada para o ensino do gênero oral.